Através da alquimia da fermentação, o chá, a 2ª bebida mais popular do mundo (perdendo apenas para o café), torna-se ainda mais saudável, refrescante e frisante ganhando o nome de kombucha. Assim como em outros tipos de fermentação, é inoculada no chá adoçado uma colônia com bilhões de bactérias e leveduras, além do SCOBY (Symbiotic Culture of Bacteria and Yeast).
Também conhecido como mãe da kombucha, o scoby é classificado entre os acadêmicos como zoogleia. É formado por celulose e, dependendo da procedência da colônia, pode conter mais de 30 tipos de bactérias e leveduras selvagens com diversas variedades.
A primeira fermentação da kombucha geralmente é feita em 7 dias ou mais. Depois disso, a ela pode ser saborizada com frutas, ervas e temperos para criar uma infinidade de sabores e ainda ganhar as famosas borbulhas de gás carbônico.
E para que serve a kombucha?
A cultura se alimenta de açúcar e substratos do chá da camellia sinensis (chá verde e suas variações, ou infusões de outras ervas) e no processo de fermentação, produz ácido acético, ácido glucônico, glicurônico e lático, vitaminas, aminoácidos, enzimas, polifenóis e pequena quantidade de álcool (< 1%).
Seus principais organismos, que podem ou não ser probióticos, são Gluconacetobacter kombuchae, Acetobacter, Brettanomyces, Lactobacillus, Pediococcus, Saccharomyces e Zygosacharomyces kombuchaensis.
Os probióticos povoam o intestino, nosso segundo cérebro, com bactérias saudáveis que atuam em muitos aspectos promovendo a saúde. Os benefícios mais observados se dão na digestão, anti-inflamação, imunidade e na perda de peso. Além das bactérias probióticas, seus vários componentes bioativos fazem da kombucha uma bebida com excepcionais propriedades.
Tomar kombucha regularmente pode proteger contra o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, devido ao seu alto teor de polifenóis que inibem a oxidação do LDL, regulam o metabolismo do colesterol e previnem a hipertensão arterial ao promover o relaxamento dos vasos sanguíneos.
O ácido glicurônico, um de seus principais componentes, pode potencializar as funções hepáticas e desempenha um importante papel na desintoxicação do fígado.
A produção de vitaminas do complexo B e vitamina C aumenta com a fermentação, transformando a kombucha em uma importante fonte destes nutrientes.
E tem contra indicação?
Não há grandes estudos publicados até hoje sobre os efeitos da kombucha em humanos. Existem apenas relatos de casos, estudos em placas de petri e em animais. Mesmo assim a kombucha é reconhecida como parte importante de uma alimentação saudável.
O chá fermentado é reconhecido como um alimento funcional e já atrai a indústria de refrigerantes que vêm adquirindo marcas no exterior. Por isso, o investimento em pesquisas tende a aumentar substancialmente nos próximos anos. Relatos de toxicidade e efeitos adversos do kombucha são muito raros e dispersos. Portanto, não há perigo em tomá-la. Caso tenha alguma condição ou doença, é importante consultar um médico. Como todo chá, é recomendado evitar o uso em excesso. Fontes: * Journal of Food Research 2018. Glucuronic acid rich kombucha-fermented pomegranate juice. * Annals of Epidemiology, February 2019. Kombucha: a systematic review of the empirical evidence of human health benefit
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